O caso que chocou a Grande São Paulo ganhou enorme repercussão nacional, não apenas pela tragédia da perda de uma jovem de 17 anos, mas principalmente pela frieza perturbadora da adolescente suspeita de ter cometido o crime.
A autora do ato, também com 17 anos, não apenas enviou o bolo envenenado para a casa da vítima, como também passou a noite anterior hospedada com a família, assistindo impassível ao sofrimento de Ana Luiza a quem chamou de colega.
Após o envenenamento, permaneceu ao lado da família, presenciando o desespero dos pais, a ida ao hospital e, por fim, a morte da jovem, sem demonstrar qualquer sinal de emoção. Segundo o pai da vítima, a jovem ainda o abraçou após a filha já estar sem vida.
A frieza com que a adolescente agiu apenas reforça o horror do caso. De acordo com a investigação policial, Ana Luiza passou mal após consumir um bolo de pote entregue por um motoboy, junto de um bilhete misterioso.
O laudo médico preliminar apontou intoxicação alimentar como causa da morte, mas o laudo toxicológico completo ainda está em andamento para confirmar a presença de veneno. A polícia também descobriu que Ana Luiza não foi a primeira vítima.
No mês anterior, a mesma adolescente teria enviado outro bolo com características semelhantes para outra jovem, que também passou mal e precisou ser hospitalizada, mas sobreviveu.
Foi somente após a tragédia mais recente que a família da primeira vítima procurou a polícia, o que ajudou na identificação e apreensão da suspeita, que inicialmente negou envolvimento, mas acabou confessando os dois crimes após horas de interrogatório.
Atualmente internada na Fundação Casa, a adolescente será submetida às medidas socioeducativas cabíveis. O caso lança luz sobre uma violência premeditada, cruel e silenciosa, praticada sob a aparência de amizade.
A dor dos pais de Ana Luiza é agravada pela traição de alguém que dividia o mesmo teto e que, mesmo diante da morte, permaneceu impassível.