A morte de uma adolescente de 15 anos em Brasília, supostamente provocada pelo uso de cigarro eletrônico, acendeu um alerta preocupante sobre os riscos à saúde associados ao vape.
A jovem, moradora de Ceilândia, foi vítima de uma grave lesão pulmonar conhecida como EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico, na sigla em inglês), condição que vem sendo reconhecida como potencialmente fatal, sobretudo entre jovens que utilizam esses dispositivos de forma regular e silenciosa.
Segundo os médicos envolvidos no atendimento, a família da estudante só tomou conhecimento do uso do vape após a piora do quadro clínico. A adolescente vinha enfrentando uma tosse persistente há cerca de quatro meses.
Durante esse período, procurou atendimento em diversas unidades de saúde, sempre com suspeitas iniciais de pneumonia ou infecções virais. Com o agravamento dos sintomas, foi diagnosticada com uma combinação de pneumonia comunitária, infecção por influenza A e EVALI.
Durante a internação no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), ela foi tratada com antibióticos, corticosteroides e fisioterapia respiratória, chegando a apresentar sinais de melhora.
Contudo, a condição se deteriorou novamente e, após uma série de transferências entre hospitais, a jovem sofreu uma parada cardíaca enquanto era levada para a UTI do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde faleceu.
O hospital estava em lotação máxima no momento da necessidade de internação em cuidados intensivos, agravando ainda mais a situação. A família, mergulhada em dor, evita declarações públicas. O pai da adolescente resumiu o sentimento com a expressão “luto eterno”.
O caso foi reportado à Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), mas uma investigação oficial para comprovar a ligação direta com o cigarro eletrônico depende de autorização familiar.
Este episódio trágico ressalta a urgência de políticas de conscientização sobre os perigos do uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes. A falsa sensação de segurança desses dispositivos e a facilidade de acesso colaboram para o aumento de casos graves.
Enquanto a sociedade lamenta a perda precoce de uma vida jovem, cresce a responsabilidade coletiva de prevenir que novas famílias enfrentem o mesmo destino.