Casos de violência doméstica que terminam com o extermínio de famílias inteiras chocam não apenas pela brutalidade, mas pela sensação de impotência diante de sinais ignorados.
Infelizmente, tragédias assim se repetem com rostos e nomes diferentes, mas quase sempre com o mesmo pano de fundo: o silêncio, a dor invisível e a violência que se instala no ambiente onde deveria existir amor e proteção.
Em Limeira (SP), um novo capítulo cruel foi escrito com o sangue de uma mãe e um bebê de apenas dois meses, assassinados por quem deveria ser seu porto seguro.
Na manhã de sexta, dia 6 de junho, a cidade de Limeira foi abalada com a notícia de que um procurador jurídico da prefeitura matou sua esposa e o filho recém-nascido, antes de cometer suicídio.
Os corpos foram encontrados pelo pai do agressor, que havia ido à residência do casal para levar o neto a uma consulta médica. Sem resposta ao interfone, ele decidiu entrar na casa e se deparou com a cena devastadora: os três corpos dispostos sobre a cama.
Segundo informações da Polícia Militar e do delegado João Vasconcelos, as mortes aconteceram por volta das 7h da manhã. Uma arma de fogo foi localizada ao lado da cama, e a suspeita é de que os disparos tenham sido feitos com ela.
A perícia também recolheu três carregadores e 12 munições no local do crime. O autor do crime, Rafael, estava afastado do trabalho há cerca de um mês por recomendação médica, devido a um quadro de depressão.
Apesar disso, nenhuma medida foi suficiente para evitar a tragédia. O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher como feminicídio e homicídio. Casos como este expõem a urgência de políticas públicas eficazes para tratar a saúde mental e proteger mulheres e crianças dentro do próprio lar.
A tragédia em Limeira não pode ser apenas mais um número nas estatísticas — é um grito de alerta que precisa ser ouvido.