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Apenas dez dias, separa o surgimento dos primeiros sintomas, até à morte de Nei Carlos Trindade Júnior, de quarenta e cinco anos. Conhecido por Chiquinho, o morador de Canoas não resistiu às complicações enquanto esperava uma vaga na UTI, após ficar infectado com o novo coronavírus.
Larissa, uma das filhas, disse que o pai ficou na fila de espera por uma vaga de UTI até morrer. Ela lamenta, que o pai ficou durante cinco dias lúcido implorando um leito. A Secretária Estadual da Saúde, disse ao G1, que o Sistema de Gerenciamento de Internações, disse que processa os pedidos e indica quais os locais que podem ser feitas as internacoes em unidades de referência regionais, no qual tenham estrutura e capacidade instaladas para receber pacientes em estado grave.
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Diz ainda, que sobre o paciente, que não tem como apurar os casos individuais. A prefeitura de Canoas, lamenta a morte e afirma que o paciente recebeu todo o suporte no atendimento.
Nei Carlos, era casado, e tinha quatro filhos, no qual um deles já tinha falecido. Ele era presidente da Liga Canoense de Futebol Sete, uma entidade que organiza torneios esportivos, e ações de beneficio na cidade. Devido à pandemia, no qual não era possível realizar campeonatos, ele abriu uma tele entrega de churrasco e bebidas para garantir a renda e o sustento da família.
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A procura por atendimento
Segundo a filha, o pai começou a ter os sintomas leves, já no dia 14 de fevereiro, ele apresentou uma dor de garganta e tosse fraca. Na madrugada seguinte, o quadro evoluiu, e ele passou a ter febre. Já na terça (16), a família levou o comerciante a uma clinica privada. Porque ele já estava muito mal. Nos primeiros procedimentos, ele tomou medicação, e voltou para casa. E depois pediram para ele fazer o teste e levar ao hospital.
Já no dia seguinte, a família levou o comerciante para o pronto atendimento de Canoas. O UPA estava lotado, e ele não conseguiu atendimento. Já dois dias depois, ele teve falta de ar, e voltou ao local, onde conseguiu ficar hospitalizado. Com o passar dos dias, o estado de saúde foi se agravando. No qual precisou de respirar com ajuda de aparelhos.
Ele ficou à espera de vagas em duas unidades hospitalares em Canoas, mas nenhum dos dois tinha leito disponível na UTI. Segundo a Prefeitura de Canoas, o pedido para uma vaga na UTI foi realizado no dia 19, e a reserva só foi feita após três dias.
Larissa diz ainda, que tem os áudios do pai dizendo: “por favor, me tirem daqui!. Onde ele pede para o tirarem dali, que tinha gente morrendo. E que já não conseguia respirar. Ele lutou até ao último momento, diz a filha.
Via: g1.globo.com