Anúncios
A enfermeira-chefe de uma UTI do Hospital do Servidor de SP. Maria Aparecida Oliveira Batista, já trabalha naquela unidade há 15 anos. E atualmente, está também na luta contra o novo coronavírus, e desabafa que faz de tudo o que está no seu alcance,para deixar os parentes seguros.
O relato do desespero, de quem está na linha da frente, contra a pandemia que assombrou o mundo.
Anúncios
“Tenho muito medo.Apenas não só por mim, mas por todos nós. Mas mesmo assim, eu me levanto todos os dias e vou”, desabafa.
Há 18 anos atrás, a profissional fez o juramento de enfermeira, depois de se formar.
Anúncios
Quem sente muito orgulho dessa guerreira, e Bruna Oliveira Batista, filha de Maria, ela que é estudante de psicologia, conta que se sente orgulhosa da batalha e do trabalho da mãe.”Minha mãe escolheu ser enfermeira por iniciativa da minha avó, para cuidar do próximo, que a minha avó acabou por adoecer”, recorda.
“Me lembro muito bem, quando ela se sentava na mesa com os livros a estudar, dos livros me recordo eles eram muito grossos escrito enfermagem, e ela estava ali dia e noite estudando e revezando com o meu pai, os cuidados com a gente, mas sempre foi focada nos estudos para atingir o seu objetivo”, conta a filha.
O dia desta profissional da linha da frente, inicia por preparar o café aos filhos, logo cedo.
“Minha mãe, se levanta todos os dias cedo, ela que prepara o nosso café, ela deixa tudo organizado, ela no dia anterior já faz o estudo do que fazer dia seguinte, faz bolo, preparar os pães, e deixa tudo prontinho, sobre a mesa arrumada, a gente só senta toma café e sai para trabalhar”, conta a filha.
“Por exemplo agora são 6h25, eu vou acabar de me arranjar e ir para o hospital para a gente iniciar uma nova semana. Nossa profissão tem hora para entrar, só não tem hora para sair. Pra sair na rua, a gente usa a máscara, para nos protegermos a nós e o próximo”, relata a enfermeira.
Maria Aparecida, dá entrada no hospital às 06h45 e se vai preparar.
“Essa é uma das rotinas que a gente permanece no corredor, para fazer toda a parte que administra, pra poder preparar a medicação, antes de entrar oficialmente no quarto do doente. Quando a gente entra, usamos mais uns equipamentos de proteção, para manter ambos mais seguros”, afirma a chefe da UTI.
“A minha mãe, sempre foi muito forte, e agora que atualmente ela se subiu mais um nível com essa fortaleza dela. Eu até compreendo que por dentro ela não tenha toda essa potência, porque está ali frente a frente na luta contra o vírus, lado a lado com o paciente, vendo pessoas a lutar pela vida, querendo ou não, isso acaba por afetar muito. Mas ela também mostra assim uma garra imbatível”, conta a filha orgulhosa..
“Depois de 15 anos, trabalhar com a morte atualmente é uma forma um pouco mais calma. Segundo falam que é profissional na UTI, se torna mais frio. Mas não é verdade, não somos pessoas frias, muito pelo contrário. A grande demanda de óbitos e de mortes e extrema”, conta.
Via: g1.globo.com