Presidente da África do Sul pretende dar o comando de metade dos ministérios a mulheres

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De acordo com um anúncio feito pelo presidente Cyril Ramaphosa, o governo da África do Sul terá a metade dos cargos dos ministérios do país passará a ser ocupada por mulheres. No ano passado, outros países africanos fizeram anúncios semelhantes. A exemplo disso é possível citar a Etiópia e Ruanda.

Além disso, é possível destacar que Ramaphosa diminuiu o número de ministérios. Anteriormente, a África do Sul contava com 36 e, agora, passará a contar com 28. O motivo para essa medida, de acordo com o presidente, é a tentativa de redução do processo de inchaço da máquina pública, cujo início data do governo anterior, de Jacob Zuma. Zuma deixou o governo do país no ano passado em decorrência de algumas denúncias de corrupção.

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O Congresso Nacional Africano, partido do presidente Ramaphosa, venceu as eleições que aconteceram durante o mês de maio. Entretanto, a vitória pode ser considerada a mais apertada nos 25 anos em que tal partido está no poder. Isso denota a frustração presente no eleitorado local.

Dessa forma, a luta contra a corrupção e as melhorias no que tange ao gerenciamento do orçamento estatal se tornaram os maiores temas de governo da gestão de Ramaphosa. O Congresso ainda possui alguns líderes vinculados à Zuma e isso acaba por dificultar os esforços do atual presidente no que tange às reformas que visam recuperar a confiança dos investidores na economia da África do Sul, que pode ser considerada a mais desenvolvida da África Sub-Saariana.

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Outro grande desafio enfrentado pela atual gestão é a criação de empregos, uma vez que a taxa presente no país é de mais de 35%. Desde o término do apartheid, em 1994, pode-se afirmar que existe um aumento de população que não conheceu o sistema racial vigente durante o regime mencionado.

De acordo com Ramaphosa, durante um discurso no qual abordava a necessidade de construção de um governo mais ético, as pessoas nomeadas precisam compreender que o povo possui expectativas. O presidente ainda afirmou que essas expectativas, por sua vez, nunca foram tão altas. Dessa forma, assumir um cargo no atual governo sul-africano é uma grande responsabilidade.

A respeito das pessoas nomeadas para os ministérios, é possível destacar que pelo menos três ministros da gestão anterior serão mantidos. Um deles, David Mabuza, que ocupa o posto de chefe de governo, está enfrentando acusações de corrupção que, até o presente momento, nega.

A decisão de conservar Mabuza no governo foi bastante criticada pela oposição de Ramaphosa. De acordo com os adversários do atual presidente, essa escolha foi o primeiro teste relativo à maneira como a corrupção será tratada nesse governo. A Aliança Democrática, partido de oposição, apontou através de uma nota que Ramaphosa colocou os interesses das facções do Congresso antes dos interesses do povo sul-africano.

No que tange aos novos nomes incluídos nos ministérios, é possível destacar que grande parte é oriunda da ala mais jovem do Congresso Nacional Africano. Esses novos ministros deverão ocupar as pastas da Justiça e dos serviços ligados às penitenciárias, assim como os assuntos internos.

Também se mostra válido apontar que  Ramaphosa nomeou uma política de um partido de oposição para ocupar o cargo de ministra da Infraestrutura e Serviços Públicos, excluindo, dessa forma, uma aliada do ex-presidente Zuma. Esse ato foi considerado bastante inusitado na África do Sul.

Por fim, no que tange às mudanças do novo governo, é possível destacar o atual presidente ainda fez uma fusão entre duas pastas, a da Reforma Agrária e a da Agricultura, que passarão a integrar um único ministério. Esse ministério a ser comandado por uma ex-parlamentar cujo nome ainda não foi revelado.

Escrito por

Pedro Henrique

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