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Juliana é técnica em enfermagem e já fez cinco boletins de ocorrência contra o ex-marido, 1 por disparo de arma de fogo e 4 por violência, ela relatou que o marido chegou a morder o filho durante uma de suas visitas logo após discutirem.
Os dois estão casados no papel, mas estão separados moram em casa diferentes, Juliana conta que quando foi registrar o boletim de ocorrência um policial olhou para ela e disse que era bom se ela fizesse um tratamento, porque o ex-marido não parece ser uma pessoa violenta, parece ser um bom homem, o policial pediu para ela pensar bem, se fizesse o boletim de ocorrência ele podia perder o emprego e seria pior.
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Naquele momento Juliana se sentiu desamparada, mesmo assim ela fez o registro, mas não adiantou um tempo depois o ex-marido a agrediu novamente na casa onde ela mora com as duas crianças, dessa vez ela não fez um boletim de ocorrência como das outras vezes, ela chegou à conclusão de que não estava resolvendo, o boletim de ocorrência não estava impedindo que ela fosse agredida.
Mesmo não fazendo o boletim de ocorrência, ele foi atrás dela e a agrediu, Juliana é técnica de enfermagem e o ex-marido é Policial Militar, atua no setor de inteligência da corporação.
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Juliana contou que durante a pandemia ele passou um tempo na casa dela dormindo com os filhos, depois ela pediu para ele ir embora, mas ele disse que não iria sair da casa porque quem pagava o aluguel era ele.
Juliana falou que não conseguia dormir durante o período que ele permaneceu na casa, ela vivia com medo, pois sabe que mesmo quando ele não está com a farda, não está em serviço, ele possui uma arma sobre os seus cuidados, sabe que não é rara a frequência de feminicídios praticados por policiais contra cônjuges.