A idosa ressaltou na carta que naquele momento poderia parecer uma velha rabugenta que não tinha muita inteligência com olhares distantes e hábitos estranhos. Naquele momento ela era a velha na qual a comida caído do canto dos lábios e nunca respondia.
Naquela altura de sua vida ela era levada para um lado e para o outro e elas, as Enfermeiras faziam com ela o que queria, mas na verdade um dia ela já foi alguém completamente diferente: uma menina sonhadora com asas nos pés aos 16 anos querendo encontrar o amor.
Aos 20 anos uma mulher que queria cumprir os votos que acabou de fazer. Aos 25 anos já tinha seus próprios filhos e iria cuidar deles com amor orientando e ensinando por toda a vida.
Aos 30 anos ela já era uma mulher cujos filhos já cresceram rápido demais. Aos 40 anos os filhos jovens cresceram e já se foram no entanto o marido ainda está com ela e por isso não se sente tão triste.
Aos 50 anos ela era uma mulher em que os filhos jogavam bebês de volta em seu colo, mas dias difíceis chegaram o marido morreu, os filhos já tinham seus próprios filhos e ela agora pensa nos anos e em toda sua vida que passou e se preocupa.
Ela agora era uma mulher velha com idade que a deixava com o corpo fraco, frágil e sem força. Onde bate um coração agora existe uma pedra e dentro de uma velha carcaça uma mulher jovem.
Ela se lembra das alegrias, das tristezas do amor e dos anos que passaram e foram tão rápido e então ela tem que aceitar que nada é para sempre. Então ela termina a sua carta pedindo: Abram os seus olhos e vejam, nada de velha resmungona, olhem mais de perto e vejam-me.